Pelo menos 43 pessoas morreram na Venezuela desde 2016 por falta de tratamento para a hemofilia, uma doença cuja mortalidade caiu drasticamente na maior parte do mundo, denunciaram duas ONGs nesta sexta-feira.
A metade dos mortos eram crianças que não puderam acessar os medicamentos necessários para controlar a doença, detalhou Antonia Luque, presidente da Associação Venezuelana de Hemofilia (AVH), em uma coletiva de imprensa.
"É necessário que o Estado aceite a abertura de um canal humanitário" para a entrada dos coagulantes sanguíneos e demais fármacos requeridos, apontou a ativista.
Estima-se que na Venezuela cerca de 5.000 pessoas padecem de hemofilia e outros transtornos de coagulação, das quais 212 se encontram em "situação crítica", acrescentou.
De acordo com Luque, cerca de 60 dessas pessoas se viram obrigadas a sair do país para receber tratamento, especialmente para Colômbia, Peru, Equador e Argentina.
"Não só temos falta de medicamentos para tratar as doenças crônicas, como estamos lutando contra a deterioração dos centros hospitalares, a escassez de insumos e a diáspora de profissionais especializados" com a migração de médicos, acrescentou Luque.
Na mesma entrevista coletiva, César Garrido, representante no país da Federação Mundial de Hemofilia, contrastou a situação dessa doença na Venezuela com a do resto do mundo.
"Recebemos notícias positivas de todo o mundo, com exceção da Venezuela. Não conheço nenhum país em que morram pacientes por falta de tratamento", afirmou.
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