A falta de especialistas hematologistas e pediatras capacitados nas unidades básicas de saúde é apontada pelo médico e professor universitário Hugo Carvalho como um dos grandes obstáculos na identificação de pacientes hemofílicos no Brasil.
Com incidência de um a cada cinco mil nascidos vivos em um dos tipos da doença, especialistas chamam atenção para a Hemofilia. Os pacientes hemofílicos possuem o sangue mais fino e tem problemas na coagulação, com isso estão sujeitos a hemorragias de maneira mais recorrente.
A doença impacta diretamente na qualidade de vida dos pacientes, principalmente na infância. Segundo explicação da diretora de Hematologia da Fundação de Hematologia e Hemoterapia da Bahia (Hemoba), Anelisa Streva, o atrito e impacto causados por algumas brincadeiras podem causar complicações ao hemofílico, que podem ir de dificuldade de locomoção, devido a sangramento nas articulações, até acidente vascular encefálico.
O hematologista Hugo Carvalho destacou a importância de diagnóstico na infância e afirmou que é o que geralmente acontece. Mas o médico também sinalizou que existem casos pontuais em que a pessoa convive com a doença sem saber, pois a Hemofilia existe em três "níveis" de gravidade, e nos casos mais leves isso é possível de acontecer.
Carvalho apontou ainda os sintomas com que os pais devem estar atentos. "Quando a criança começa a engatinhar e começa a ter hematomas. Sangramentos nas gengivas também são um sinal que deve ser observado". O diagnóstico é feito a partir de um teste de coagulação, realizado apenas após o aparecimento dos primeiros sintomas, e não de modo corriqueiro.
Como identificar e diagnosticar a hemofilia
A hemofilia, que é uma doença genética hereditária ou por mutação sanguínea, causa alterações na coagulação do sangue e, por isso, provoca sintomas como:
- Manchas roxas na pele (hematoma, nódoa negra) podem surgir sem causa aparente (espontânea);
- Inchaço e dor nas articulações;
- Sangramentos espontâneos, sem razão aparente, como na gengiva ou nariz, por exemplo;
- Hemorragias difíceis de parar após um simples corte ou cirurgia;
- Menstruação excessiva e prolongada.
Quanto mais grave for o tipo de hemofilia, maior a quantidade de sintomas e mais cedo eles surgem, portanto, a hemofilia grave costuma ser descoberta já no bebê, durante os primeiros meses de vida, enquanto que a hemofilia moderada costuma ser suspeitada por volta dos 5 anos de idade, ou quando a criança começa a andar e brincar.
Já a hemofilia leve pode ser descoberta somente na vida adulta em muitos casos os sinais de alerta da hemofilia são quase despercebidos, mas quando a pessoa sofre uma pancada forte, após procedimentos como extração dentária ou em casos de cirurgia, nesses momentos em que se nota um sangramento acima do normal que pode evoluir para um quadro mais grave, por isso a importância do diagnóstico para que o tratamento seja adequado evitando complicações futuras.
Estima-se que existam milhares de pessoas com Hemofilia ou Distúrbio de Coagulação no Brasil e que não foram diagnosticadas e não fazem tratamento. Por isso, em caso de suspeita, procure um médico Hematologista para realizar todos os exames necessários para o diagnóstico.
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