O que é Gripe H1N1?
A gripe H1N1 consiste em uma doença causada por uma
mutação do vírus da gripe. Também conhecida como gripe suína, o H1N1 é
um subtipo do Influenza A, que se tornou conhecido quando afetou grande
parte da população mundial entre 2009 e 2010.
Os sintomas da gripe H1N1 são bem parecidos com os
da gripe comum e a transmissão também ocorre da mesma forma. O problema
da gripe H1N1 é que ela pode levar a complicações de saúde muito graves,
podendo levar os pacientes até mesmo à morte.
Quanto tempo dura o período de contágio da doença?
O período de incubação do vírus é de três a cinco
dias, quando começa a manifestação dos sintomas. Porém, também é
possível que uma pessoa tenha a doença de uma forma assintomática, sem
apresentar nenhuma reação. Durante o período de incubação ou em casos de
infecções assintomáticas, o paciente também pode transmitir a doença. O
período de transmissão do vírus em crianças é de até 14 dias, enquanto
que nos adultos é de até sete dias. A doença pode começar a ser
transmitida até um dia antes do início do surgimento dos sintomas. O
período de maior risco de contágio é quando há sintomas, sobretudo
febre.
Pandemia
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), ao
todo 207 países e demais territórios notificaram casos confirmados de
gripe H1N1 entre 2009 e 2010, quando houve a pandemia da doença. Durante
este período, foram quase nove mil mortos em decorrência da gripe H1N1.
O surto começou no México, onde uma doença
respiratória alastrou-se pela população e chegou rapidamente aos Estados
Unidos, Canadá e, depois, para o restante do mundo – devido às viagens
aéreas.
Casos da gripe no Brasil
Em 2017, foram registrados 394 casos e 66 óbitos
por influenza no país. Desse total, 25 casos e 7 mortes foram por H1N1,
244 casos e 30 óbitos por H3N2, 81 casos e 24 óbitos por influenza B, e
44 casos e 5 mortes por influenza A não subtipada. Em todo o ano de
2017, foram registrados 2.691 casos e 498 óbitos por influenza.
Em 2018, até 14 de abril, foram registrados 392
casos de influenza em todo o país, com 62 óbitos. Do total, 190 casos e
33 óbitos foram por H1N1. Em relação ao vírus H3N2, foram registrados 93
casos e 15 óbitos. Ainda foram registrados 62 casos e 6 óbitos por
influenza B e os outros 47 casos e 8 óbitos por influenza A não
subtipado.
Existem diferenças entre o H1N1, H2N3 e o H3N2?
Não há grandes diferenças no que diz respeito a que
doenças causam, como se prevenir e como tratar. A diferença entre os
três subtipos de vírus está nas proteínas específicas que cada um tem em
sua superfície.
Eles são cepas diferentes do mesmo vírus, com
características semelhantes. Recentemente, o Ministério da Saúde revelou
que vírus H2N3 não existe no Brasil.
Causas
As primeiras formas do vírus H1N1 foram descobertas
em porcos, mas as mutações conseguintes o tornaram uma ameaça também
aos seres humanos. Como todo vírus considerado novo, para o qual não
costumam existir métodos preventivos, o vírus mutante da gripe H1N1
espalhou-se rapidamente pelo mundo.
A transmissão ocorre da mesma forma que a gripe
comum, ou seja, por meio de secreções respiratórias, como gotículas de
saliva, tosse ou espirro, principalmente. Após ser infectada pelo vírus,
uma pessoa pode demorar de um a quatro dias para começar a apresentar
os sintomas da doença. Da mesma forma, pode demorar de um a sete dias
para ser capaz de transmiti-lo a outras pessoas.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o
Center for Diseases Control (CDC), o centro de controle de doenças nos
Estados Unidos, não há risco de esse vírus ser transmitido através da
ingestão de carne de porco, porque ele será eliminado durante o
cozimento em temperatura elevada (71ºC).
Fatores de risco
A gripe H1N1, como qualquer gripe,
pode afetar pessoas de todas as idades, mas, no período em que houve a
pandemia, notou-se que o vírus infectou mais pessoas entre os cinco e os
24 anos. Foram poucos os casos de gripe H1N1 relatados em pessoas acima
dos 65 anos de idade.
Os principais grupos de risco são:
- Gestantes
- Trabalhadores da área da saúde
- Povos indígenas
- Pessoas com mais de 60 anos
- População privada de liberdade e funcionários do sistema prisional
- Pessoas portadoras de doenças respiratórias, cardíacas, renais, hepáticas e neurológicas crônicas
- Pessoas com diabetes
- Pessoas com síndrome de Down
- Pessoas com obesidade (grau III)
- Transplantados.
Os demais fatores de risco seguem a mesma linha daqueles enumerados para outros tipos de grupo:
- Permanecer em locais fechados e com um aglomerado de pessoas
- Levar as mãos à boca ou ao nariz sem lavá-las antes
- Permanecer em contato próximo com uma pessoa doente.
Sintomas de Gripe H1N1
Os sinais e sintomas da gripe H1N1 são muito
parecidos com os da gripe comum, mas podem ser um pouco mais graves e
costumam incluir algumas complicações também. Veja:
- Febre alta
- Tosse
- Dor de Cabeça
- Dores musculares
- Falta de ar
- Espirros
- Dor de Garganta
- Fraqueza
- Coriza
- Congestão nasal
- Náuseas e vômitos
- Diarréia
As complicações decorrentes da gripe H1N1 são
comuns em pessoas jovens, o que é bastante difícil de acontecer em casos
de gripe comum.
A insuficiência respiratória é um sintoma frequente
da gripe H1N1 que não é devidamente tratada. Em casos graves, ela pode
levar o paciente à morte.
Buscando ajuda médica
É importante buscar ajuda médica se os sintomas
forem muito intensos nas primeiras 48 horas, se a pessoa apresentar
dispnéia (falta de ar) e se os sintomas persistirem por mais de sete
dias.
Na consulta médica
Especialistas que podem diagnosticar gripe H1N1 são:
- Clínico geral
- Infectologista
- Pneumologista
Estar preparado para a consulta pode facilitar o
diagnóstico e otimizar o tempo. Dessa forma, você já pode chegar à
consulta com algumas informações:
- Uma lista com todos os sintomas e há quanto tempo eles apareceram
- Histórico médico, incluindo outras condições que o paciente tenha e medicamentos ou suplementos que ele tome com regularidade
- Se possível, peça para uma pessoa te acompanhar.
O médico provavelmente fará uma série de perguntas, tais como:
- Quais são seus sintomas?
- Quando seus sintomas surgiram?
- Você manteve contato próximo com alguém que estava doente?
- Você esteve recentemente em locais fechados ou com aglomerados de pessoas?
- Você sente falta de ar? Com que frequência?
- Você tomou vacina para gripe H1N1?
Também é importante levar suas dúvidas para a
consulta por escrito, começando pela mais importante. Isso garante que
você conseguirá respostas para todas as perguntas relevantes antes da
consulta acabar. Para gripe H1N1, algumas perguntas básicas incluem:
- Qual é a causa mais provável da minha gripe?
- Quais os tratamentos para H1N1?
- Quanto tempo fico contagioso depois de iniciar o tratamento?
- Existe uma alternativa genérica ao medicamento que você me prescreve?
- Preciso voltar para uma visita de acompanhamento?
Não hesite em fazer outras perguntas, caso elas ocorram no momento da consulta.
Diagnóstico de Gripe H1N1
A suspeita de gripe H1N1 ocorre em pessoas com quadro de sinais e
sintomas compatíveis aos de gripe, mas com as complicações típicas da
H1N1. Nestes casos, o médico deverá coletar uma amostra de secreção do
paciente e enviá-la para análise minuciosa no laboratório.
Tratamento de Gripe H1N1
O principal tratamento para qualquer cepa do vírus
influenza é feito com o uso do antiviral à base de fosfato de
Oseltamivir (Tamiflu), que somente deve ser usado com prescrição médica.
Como em toda gripe, os tratamentos são
sintomáticos, com antitérmicos, analgésicos, expectorantes, que
controlam os sintomas da doença, como febre e dores. Os antivirais só
devem ser utilizados sob prescrição médica, para caso específicos.
Além disso, é indicado que o paciente permaneça em repouso, consuma bastante líquido e tenha uma dieta equilibrada.
Somente um médico pode dizer qual o medicamento
mais indicado para o seu caso, bem como a dosagem correta e a duração do
tratamento. Siga sempre à risca as orientações do seu médico e NUNCA se
automedique. Não interrompa o uso do medicamento sem consultar um
médico antes e, se tomá-lo mais de uma vez ou em quantidades muito
maiores do que a prescrita, siga as instruções na bula.
Gripe H1N1 tem cura?
Geralmente o prognóstico é bom, mas em alguns
casos, dependendo da gravidade, a gripe H1N1 pode levar a óbito.
Contudo, quando o paciente segue o tratamento indicado pelo médico tem
uma completa resolução do quadro.
Complicações possíveis
As principais complicações decorrente de gripe H1N1 são:
Saiba mais:
Quais as complicações da gripe se não tratada corretamente?
- Pneumonia viral
- Pneumonia bacteriana secundária
- Insuficiência respiratória.
As formas graves podem levar à morte e, geralmente, ocorrem nos pacientes de risco.
Convivendo/ Prognóstico
O paciente deve repousar e ficar em casa, isso ajuda na recuperação e evita transmitir o vírus aos amigos e familiares.
Beber bastante água e uma boa alimentação também são necessários para uma melhor recuperação.
É importante que o paciente não passe muito tempo deitado, para que possa haver uma melhor ventilação em seus pulmões.Prevenção
A prevenção de gripe H1N1 segue as mesmas
diretrizes da prevenção de qualquer tipo de gripe, só que o cuidado deve
ser redobrado:
- Evite manter contato muito próximo com uma pessoa que esteja infectada
- Lave sempre as mãos com água e sabão e evite levar as mãos ao rosto e, principalmente, à boca
- Leve sempre um frasco com álcool-gel para garantir que as mãos sempre estejam esterilizadas
- Mantenha hábitos saudáveis. Alimente-se bem e coma bastante verduras e frutas. Beba bastante água
- Não compartilhe utensílios de uso pessoal, como toalhas, copos, talheres e travesseiros
- Se achar necessário, utilize uma máscara para proteger-se de gotículas infectadas que possam estar no ar
- Evite frequentar locais fechados ou com muitas pessoas
- Verifique com um médico se há necessidade de tomar a vacina que já está disponível contra a gripe H1N1.
Vacinação
A vacina da gripe está disponível na rede pública
para gestantes, pessoas com 60 anos ou mais, profissionais de saúde,
mulheres que tiveram filhos a menos de 45 dias, crianças de 6 meses a 4
anos de idade, pessoas com doenças crônicas e indígenas.
As vacinas são trivalentes, ou seja, imuniza contra
três tipos de vírus diferentes. A composição da vacina é recomendada
anualmente pela OMS, com base nas informações recebidas de todo o mundo
sobre a prevalência das cepas circulantes. Dessa forma, a cada ano a
vacina da gripe muda, para proteger contra os tipos mais comuns de vírus
da gripe naquela época.
A campanha nacional de vacinação contra a gripe de
2018 começou no dia 23 de abril. A meta do governo é imunizar 54 milhões
de pessoas, que fazem parte do grupo prioritário, até o dia 1º de
julho. (Mas foi prorrogada, vide disponibilidade da Vacina em sua Cidade)
Referência:
Marcelo Mendonça, infectologista do Hospital Santa Paula
Renato Kfouri, infectologista do Hospital e Maternidade Santa Joana
Andréa Kasmim, clínica geral e pediatra
Ministério da Saúde. Disponível em: http://portalms.saude.gov.br/saude-de-a-z/influenza
Mayo Clinic. Disponível em: https://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/swine-flu/symptoms-causes/syc-20378103
Centers for Disease Control and Prevention (CDC). Disponível em: https://www.cdc.gov/h1n1flu/qa.htm
Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz). Disponível em: http://www.iff.fiocruz.br/index.php/8-noticias/239-h1n1sintomas
Manual MSD - Versão para profissionais de saúde. Disponível em: https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/v%C3%ADrus-respirat%C3%B3rios/pandemia-de-2009-pelo-v%C3%ADrus-h1n1-da-influenza
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